segunda-feira, 8 de março de 2010



A Morte Não é o Fim de Tudo!
                                             Victor Hugo

A
morte não é o fim de tudo.
Ela
não é senão
o fim de uma coisa e o começo de outra.
Na
morte,
o homem acaba, e a alma começa.
Que
o digam esses que atravessam
a hora fúnebre, a última alegria, a primeira do luto.
Digam
se não é verdade que ainda há ali alguém,
e que não acabou tudo?
Eu sou uma alma.
Bem
sinto que o que darei ao túmulo
não é o meu eu, o meu ser.
O
que constitui o meu eu, irá além.
O
homem é um prisioneiro.
O
prisioneiro escala penosamente os muros da sua masmorra.
Coloca
o pé em todas as saliências e sobe até o respiradouro.
Aí, olha, distingue ao longe a campina;
aspira o ar livre,vê a luz.
Assim é o homem.
O
prisioneiro não duvida que encontrará a claridade do dia,a liberdade.
Como
pode o homem duvidar se vai encontrar a eternidade à sua saída?
Por que
não possuirá ele um corpo sutil, etéreo, de que o nosso corpo humano
não pode ser senão um esboço grosseiro?
A
alma tem sede no absoluto
e o absoluto não é deste mundo.
É
por demais pesado para esta terra.
O
mundo luminoso é o mundo invisível.
O
mundo luminoso é o que não vemos.
Os
nossos olhos carnais só veem a noite.
A
morte é uma mudança de vestimenta:
— a alma, que estava vestida de sombra,
vai ser vestida de luz.
Na morte,
o homem fica sendo imortal.
A
vida é o poder que tem o corpo de manter a
alma sobre a terra,pelo peso que faz nela.
A
morte é uma continuação.
Para
além das sombras, estende-se o brilho da eternidade.
As
almas
passam de uma esfera para outra, tornam-se
cada vez mais luz.
Aproximam-se
cada vez mais e mais de Deus.
O
ponto de reunião é o infinito.
Aquele
que dorme e desperta, desperta e
vê que é homem.
Aquele
que é vivo e morre, desperta
e
que
é
Espírito".
ilustração

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