terça-feira, 23 de março de 2010



Restos.
                 zé

O
que
sobrou do seu amor em mim,
se é que isso algum dia eu tive,
não é amor, nem saudade, nem esperança,
que amor sem cuidar não vive
e não chega a ser amor o que é só lembrança.
Eu
já nem sei ao certo o que de fato sinto,
se finjo que é amor
ou é amor que minto,
se é resto de ilusão da ilusão que tive
e
que não sai de mim mesmo que eu peça,
vive em mim
clandestina, como uma doença,
lembrando a minha dor pela presença
ou
pelo simples prazer de me matar sem pressa.
______
1.O autor é Juiz do Trabalho no Rio de Janeiro. Alguns colegas o chamam de "poeta", mas o autor vê nisso um certo ar de escárnio.
2.Ilustração:http://reidamoda.files.wordpress.com/2009/07/homem-triste.jpg

Nenhum comentário: