segunda-feira, 8 de março de 2010






A viagem.

“Dia desses, li um livro que comparava a vida a uma viagem de trem. Uma comparação extremamente interessante quando bem interpretada. Interessante, porque nossa vida é como uma viagem de trem cheia de embarques e desembarques, de pequenos acidentes pelo caminho, de surpresas agradáveis com alguns embarques e de tristezas com os desembarques. Quando nascemos, ao embarcarmos nesse trem encontramos duas pessoas que acreditamos que farão conosco a viagem até o fim: nossos pais. Não é verdade! Infelizmente, em alguma estação eles desembarcarão deixando-nos órfãos de seus carinhos, proteção, amor e afeto. Mas isso não impede que durante a viagem embarquem pessoas interessantes que virão a ser especiais para nós: nossos irmãos, amigos e amores. Muitas pessoas tomam esse trem a passeio, outros fazem a viagem experimentando somente tristezas. No trem há também outras que passam de vagão em vagão prontas para ajudar a quem precisa. Muitas descem e deixam saudades eternas. Outras viajam no trem de tal forma que quando desocupam seus assentos ninguém sequer percebe. O curioso é considerar que alguns passageiros que nos são tão caros se acomodam em vagões diferentes do nosso. Isso nos obriga a fazer essa viagem separados deles. Mas isso não nos impede de atravessarmos com grande dificuldade nosso vagão e chegarmos até eles. O difícil é aceitarmos que não podemos sentar ao seu lado pois outra pessoa estará ocupando esse lugar. Essa viagem é assim: cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, embarques e desembarques. Sabemos que esse trem jamais volta! Façamos essa viagem da melhor maneira possível, tentando manter um bom relacionamento com todos, procurando em cada um o que tiver de melhor, lembrando sempre que em algum momento do trajeto poderão fraquejar e, provavelmente, precisaremos entender isso. Nós mesmos fraquejamos algumas vezes. E, certamente, alguém nos entenderá. O grande mistério é que não sabemos em qual parada desceremos. E fico pensando: quando eu descer deste trem, sentirei saudade? Sim! Deixar meus filhos viajando sozinhos será muito triste. Separar-me dos amigos que nele fiz, do amor da minha vida, será para mim dolorido. Mas me agarro na esperança de que em algum momento estarei na estação principal e terei a emoção de vê-los chegar com sua bagagem, que não tinham quando embarcaram. E o que me deixará feliz é saber que de alguma forma eu colaborei para que essa bagagem tenha crescido e se tornado valiosa. Agora, neste momento, o trem diminui sua velocidade para que embarquem e desembarquem pessoas. Minha expectativa aumenta à medida em que o trem vai diminuindo a sua velocidade. Quem entrará? Quem sairá? Eu gostaria que você pensasse no desembarque do trem não como a representação da morte, mas como o término de uma estória, de algo que duas ou mais pessoas construíram e que por algum motivo ínfimo deixaram desmoronar. Fico feliz em perceber que certas pessoas como nós têm a capacidade de reconstruir para recomeçar. Isso é sinal de garra e de luta, é saber viver, é tirar o melhor de “todos os passageiros”. Agradeço muito a você por fazer parte da minha viagem, e por mais que nossos assentos não estejam lado a lado, com certeza o vagão é o mesmo...".



(Desconheço o autor do texto. Do pps que recebi constava, apenas, “Jackies Creations — Copyright by Linka”).

foto 1:http://www.city10.com.br/turismo/imagens/sjdr/foto_15g.jpg

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